terça-feira, 18 de setembro de 2012

Gravidez na adolescência

Certa vez vi numa campanha antiga de prevenção à gravidez na adolescência,  uma foto de uma menina de mais ou menos doze anos segurando um bebê com uma frase: É como ficar de castigo por dezoito anos.
Parece um apelo bastante forte, mas a gravidez precoce tem ocorrido com maior freqüência. Nossas escolas não oferecem programas especiais de educação sexual e os meios de comunicação de massa não fornecem informações aprofundadas sobre técnicas de contracepção, e mesmo com todas as informações na rede disponíveis ainda há um tabu com relação a assuntos sobre sexo.Ao contrário de algumas críticas, a educação sexual escolar ou comunitária não leva à maior atividade sexual.
Programas realistas de prevenção à gravidez precoce têm dois objetivos: estimular os jovens adolescentes a adiar o intercurso e melhorar o uso de preservativos daqueles que já são sexualmente ativos. Esses programas bem conduzidos incluem educação sobre sexualidade e aquisição de habilidades para a tomada de decisões sexuais e comunicação com parceiros(as). Eles forneceriam informações sobre os riscos e conseqüências da gravidez na adolescência, sobre métodos anticoncepcionais e sobre onde encontrar auxílio médico e contraceptivo.
Os pais são os primeiros e os melhores professores, os adolescentes que mantém um bom diálogo com os pais sobre sexo tendem a esperar mais para ter atividade sexual. A maioria dos pais não dá a seus filhos informações suficientes sobre sexo, e os jovens ainda obtêm grande parte de suas informações (e informações erradas) de amigos. Por exemplo, algumas meninas acreditam erroneamente que não podem ficar grávidas durante sua primeira relação sexual, ou em certas posições, ou em certos períodos do ciclo menstrual.
A mídia exerce influência  poderosa na atitude e comportamento sexual dos adolescentes, mas não é uma influência positiva pois está geralmente associada à diversão, à excitação, ao perigo ou à violência, mas riscos de relações sexuais desprotegidas muito raramente são exibidas, pelo contrário evidenciam nas novelas casais não casados que fazem sexo mais do que os casados e não mencionam os contraceptivos e ninguém parece se preocupar com as DSTs.
 Os programas comunitários podem ajudar os jovens a resistir à pressão dos amigos para que sejam sexualmente mais ativos do que querem ser, podem ensiná-los a dizer não educadamente, e podem oferecer orientação na resolução de problemas. 
O que sem dúvida são argumentos para protelação do sexo na adolescência é o grande risco oferecido pelas DSTs e também a ameaça de que a gravidez irá arruinar as suas vidas. Uma em cada três gestações é precedida por um teste de gravidez negativo, e essas meninas deveriam receber atenção especial de medidas preventivas. Complicações de parto são apenas o início dos problemas que podem acontecer com uma mãe adolescente e seu bebê, além do que elas tendem a ter problemas financeiros, e a gravidez precoce restringe as oportunidades de mãe e filhos.
Além de correr riscos, uma mãe adolescente grávida solteira é bastante vulnerável a um transtorno emocional, independente de como maneje a sua gravidez, ela certamente terá sentimentos conflitantes, justo quando mais precisa de apoio emocional, este pode faltar pois sua família pode ficar zangada, o namorado pode ficar assustado com a idéia de ser pai, e a responsabilidade e cair fora, e ela pode ser isolada do grupo de amigos da escola.
Da mesma forma como uma mãe adolescente suporta o impacto da maternidade precoce, um menino que se sente comprometido com a menina que engravidou tem decisões a tomar, num momento em que seus recursos financeiros podem não existir ou não ter perspectivas. Pode tentar pagar um aborto ou pode casar-se com a menina e afetar drasticamente seus planos educacionais e profissionais. Então também o pai adolescente precisa ter assim como a mãe alguém com quem conversar para ajudá-los a compreender seus sentimentos para que ambos possam tomar as melhores decisões para si mesmos e para o bebê.
Estudos revelaram que adolescentes que têm grandes aspirações para o futuro têm menos probabilidades de ficarem grávidas.
No final das contas, impedir a gravidez de adolescentes exige atenção a fatores como: melhorar a educação de jovens desfavorecidos, ampliar as oportunidades de emprego, sociais e recreativas e reduzir a pobreza.
Como estão ainda muito longe esses dias, cabe aos pais a tarefa  de capacitar seus filhos à "amar bem e trabalhar bem", e ainda diante de uma situação assim, procurar lembrar-se da maneira como os assuntos e erros foram tratados por seus pais quando eram também adolescentes e saberem quais dos seus métodos gostavam ou não gostavam.



Bibliografia consultada
Papalia, Diane E

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