terça-feira, 18 de setembro de 2012

Cuidar de idosos - evitando o esgotamento -Pais envelhecidos


Cuidar de idosos - evitando o esgotamento
Ele ou ela fica mais fraco(a), você assume, ninguém vê. Tudo que eles não podem mais fazer, você faz... a perda de controle sobre seu corpo frustra e eles tentam exercer controle sobre o seu. Sua vontade é uma ordem...A maioria das pessoas se identifica com eles. "Como vai seu pai?" "Como está sua mãe?", no princípio isso tudo era com o que você se preocupava também.
 Agora você às vezes se pergunta porque ninguém pergunta sobre você...você começa a achar que não existe.
Apesar das compensações emocionais de cuidar de um pai idoso, até o cuidador mais paciente e amoroso pode ficar frustrado, ansioso ou ressentido sob a tensão constante de atender as necessidades aparentemente infindáveis de uma pessoa idosa. o esgotamento do cuidador é a exaustão física, mental e emocional que afeta muitos adultos que cuidam de parentes idosos principalmente se eles não têm outras pessoas à quem recorrer. Muitas vezes as famílias e amigos não reconhecem que os cuidadores têm o direito de se sentirem desencorajados, frustrados e mal tratados. Geralmente esta tarefa acaba ficando com as mulheres, que podem recorrer à ajuda psicoterápica a fim de aliviar sua carga de angústias e culpa. O cuidador pode experimentar um misto de se sentir feliz em poder cuidar do pai ou da mãe e ao mesmo tempo culpado pois há momentos em que precisa fazer suas próprias coisas e as exigências do idoso na grande maioria das vezes muito debilitado acabam fazendo com que ele pense que seria melhor se já fosse morar com Deus, gerando uma culpa. Sentimentos ambivalentes ocupam o cuidador, e algumas mentalizações que ele pode fazer para melhorar seu desempenho e manter pensamentos positivos estão abaixo elencados:
Eu tenho o direito de:
- Cuidar de mim mesmo. Isso não é um ato de egoísmo, e irá me proporcionar a capacidade de melhor cuidar de meu parente.
- Buscar ajuda de outros mesmo que meu parente se oponha. Eu reconheço os limites da minha própria resistência e força.
- Manter partes da minha própria vida que não incluem a pessoa que eu cuido, exatamente como eu o faria se essa pessoa fosse saudável. Sei que faço tudo que eu posso por essa pessoa e tenho o direito de fazer algumas coisas só para mim mesmo.
- Ficar com raiva, deprimido e expressar outros sentimentos difíceis de vez em quando.
- Rejeitar qualquer tentativa por parte de meu parente de me manipular pela culpa, raiva ou depressão.
- Receber meus de meus entes queridos, consideração, afeto, perdão e aceitação pelo que faço, enquanto oferecer essas qualidades em retorno.
- Orgulhar-me do que estou fazendo e aplaudir a coragem que às vezes é necessária para atender às necessidades de meu parente.
- Proteger minha individualidade e meu direito de construir uma vida para mim mesmo que irá me sustentar enquanto meu parente não precisar mais de meu auxílio em tempo integral.
- Acrescente suas próprias declarações de direitos a esta lista.
Leia-a para si mesmo todos os dias.
Bibliografia consultada, Papalia, Diane E

Gravidez na adolescência

Certa vez vi numa campanha antiga de prevenção à gravidez na adolescência,  uma foto de uma menina de mais ou menos doze anos segurando um bebê com uma frase: É como ficar de castigo por dezoito anos.
Parece um apelo bastante forte, mas a gravidez precoce tem ocorrido com maior freqüência. Nossas escolas não oferecem programas especiais de educação sexual e os meios de comunicação de massa não fornecem informações aprofundadas sobre técnicas de contracepção, e mesmo com todas as informações na rede disponíveis ainda há um tabu com relação a assuntos sobre sexo.Ao contrário de algumas críticas, a educação sexual escolar ou comunitária não leva à maior atividade sexual.
Programas realistas de prevenção à gravidez precoce têm dois objetivos: estimular os jovens adolescentes a adiar o intercurso e melhorar o uso de preservativos daqueles que já são sexualmente ativos. Esses programas bem conduzidos incluem educação sobre sexualidade e aquisição de habilidades para a tomada de decisões sexuais e comunicação com parceiros(as). Eles forneceriam informações sobre os riscos e conseqüências da gravidez na adolescência, sobre métodos anticoncepcionais e sobre onde encontrar auxílio médico e contraceptivo.
Os pais são os primeiros e os melhores professores, os adolescentes que mantém um bom diálogo com os pais sobre sexo tendem a esperar mais para ter atividade sexual. A maioria dos pais não dá a seus filhos informações suficientes sobre sexo, e os jovens ainda obtêm grande parte de suas informações (e informações erradas) de amigos. Por exemplo, algumas meninas acreditam erroneamente que não podem ficar grávidas durante sua primeira relação sexual, ou em certas posições, ou em certos períodos do ciclo menstrual.
A mídia exerce influência  poderosa na atitude e comportamento sexual dos adolescentes, mas não é uma influência positiva pois está geralmente associada à diversão, à excitação, ao perigo ou à violência, mas riscos de relações sexuais desprotegidas muito raramente são exibidas, pelo contrário evidenciam nas novelas casais não casados que fazem sexo mais do que os casados e não mencionam os contraceptivos e ninguém parece se preocupar com as DSTs.
 Os programas comunitários podem ajudar os jovens a resistir à pressão dos amigos para que sejam sexualmente mais ativos do que querem ser, podem ensiná-los a dizer não educadamente, e podem oferecer orientação na resolução de problemas. 
O que sem dúvida são argumentos para protelação do sexo na adolescência é o grande risco oferecido pelas DSTs e também a ameaça de que a gravidez irá arruinar as suas vidas. Uma em cada três gestações é precedida por um teste de gravidez negativo, e essas meninas deveriam receber atenção especial de medidas preventivas. Complicações de parto são apenas o início dos problemas que podem acontecer com uma mãe adolescente e seu bebê, além do que elas tendem a ter problemas financeiros, e a gravidez precoce restringe as oportunidades de mãe e filhos.
Além de correr riscos, uma mãe adolescente grávida solteira é bastante vulnerável a um transtorno emocional, independente de como maneje a sua gravidez, ela certamente terá sentimentos conflitantes, justo quando mais precisa de apoio emocional, este pode faltar pois sua família pode ficar zangada, o namorado pode ficar assustado com a idéia de ser pai, e a responsabilidade e cair fora, e ela pode ser isolada do grupo de amigos da escola.
Da mesma forma como uma mãe adolescente suporta o impacto da maternidade precoce, um menino que se sente comprometido com a menina que engravidou tem decisões a tomar, num momento em que seus recursos financeiros podem não existir ou não ter perspectivas. Pode tentar pagar um aborto ou pode casar-se com a menina e afetar drasticamente seus planos educacionais e profissionais. Então também o pai adolescente precisa ter assim como a mãe alguém com quem conversar para ajudá-los a compreender seus sentimentos para que ambos possam tomar as melhores decisões para si mesmos e para o bebê.
Estudos revelaram que adolescentes que têm grandes aspirações para o futuro têm menos probabilidades de ficarem grávidas.
No final das contas, impedir a gravidez de adolescentes exige atenção a fatores como: melhorar a educação de jovens desfavorecidos, ampliar as oportunidades de emprego, sociais e recreativas e reduzir a pobreza.
Como estão ainda muito longe esses dias, cabe aos pais a tarefa  de capacitar seus filhos à "amar bem e trabalhar bem", e ainda diante de uma situação assim, procurar lembrar-se da maneira como os assuntos e erros foram tratados por seus pais quando eram também adolescentes e saberem quais dos seus métodos gostavam ou não gostavam.



Bibliografia consultada
Papalia, Diane E

domingo, 16 de setembro de 2012


Uma vida para seu filho – Pais bons o bastante
É óbvio que a grande maioria dos pais ama seus filhos e não medem esforços para vê-los felizes e saudáveis.
Uma mãe sadia não necessita de conselhos para cuidar de seu filho e a compreensão de suas necessidades a leva instintivamente a dar-lhe carinho, contato e alimento. Nada do que acontece ao bebê – fome, frio, sede, necessidade de contato e de roupa adequada – escapa à compreensão de uma mãe que se sente ligada ao filho por algo tão sutil e firme como o foi o cordão umbilical na vida intra-uterina. Ainda assim, frequentemente, quando a criança chora, a mãe se alarma e sua primeira reação é dar-lhe alimento quando este poderá estar sentindo dores ou cólica e em muitas ocasiões pode estar revivendo uma má experiência e basta apenas a voz afetuosa da mãe, um olhar sorridente, o contato físico com ela, que o embale ou cante para que se acalme.
Importante também que a amamentação seja materna e a ritmo e intervalos regulares oferecendo estabilidade pelo fato do objeto ser sempre o mesmo, em condições semelhantes, se possível sempre no mesmo quarto, na mesma cadeira e postura para que o bebê domine a ansiedade e a mãe não se sinta invadida pela obrigação de alimentar o seu filho, pois se não tem uma hora determinada para começar, nem um intervalo regular de amamentação, durante toda sua vida se verá limitada e não saberá nunca quando poderá dispor de tempo para ela.
O nascimento dos dentes deve ser acompanhado de muita atenção e paciência, pois nessa fase a criança poderá apresentar insônia que poderá agravar ou desaparecer conforme os pais lidam e sentem a respeito.
A retirada das fraldas e ou controle dos esfíncteres não deve ocorrer muito cedo, nem de forma severa a fim de não causar mais adiante possível enurese, sendo também aconselhável quando a criança já disponha do caminhar.
Quando a criança quer começar a caminhar a mãe deve permitir de boa vontade, favorecer e perceber se não está freando ou apurando e ou ainda se limitar a observar e responder ao que ela pedir. O andador é, por exemplo, um substituto da mãe que é melhor que a imobilidade, mas não substituirá nunca os bons braços da mãe que o ajuda a caminhar e se oferecem como uma continuação de si mesmo para suas experiências iniciais no mundo.
As crianças que vão desde muito pequenas ao jardim iniciam a escolaridade em piores condições que os que vão aos quatro ou cinco anos. A não ser que a casa seja muito pequena e o espaço para brincar seja reduzido, do contrário a criança poderá sentir que querem livrar-se dela. A permanência em casa, a participação na atividade diária e dispor de um espaço adequado para brincar livremente são as condições que favorecem o desenvolvimento da criança até os quatro ou cinco anos.
De acordo com o que a criança, na sua fantasia inconsciente está recebendo dos pais estará fortalecendo ou enfraquecendo seu ego, causando transtornos e ou adultos saudáveis emocionalmente. Estas são algumas sugestões encontradas na psicologia que podem proporcionar uma boa vida para os filhos, bem como evitar possíveis culpas nos pais.

ENXERGAR COM OS OLHOS DA ALMA
Estamos sempre perdendo algum evento em nossa vida.
Quer um exemplo real?
Um homem sentou-se em uma estação de metro em Washington DC e começou a tocar violino, era uma fria manhã de Janeiro. Ele tocou seis peças de Bach por aproximadamente 45 minutos. Durante esse tempo, considerando que era horário de pico, calcula-se que 1100 pessoas passaram pela estação, a maioria a caminho para o trabalho. Três minutos se passaram, e um homem de meia-idade percebeu que um músico estava tocando, diminuiu o passo, parou por alguns segundos, e então apressou-se a seus compromissos.
Um minuto depois o violinista recebeu sua primeira gorjeta de um dólar: uma mulher arremessou o dinheiro na caixa e continuou a andar.
Alguns minutos depois, alguém encostou-se na parede para ouvi-lo, mas o homem olhou para seu relógio e voltou a andar. Obviamente ele estava atrasado para o trabalho.
O que prestou mais atenção foi um garoto de três anos de idade. Sua mãe que o levava, apressou-o, mas o garoto parou pra olhar o violinista. Por fim, a mãe puxou-o fortemente, e a criança continuou a andar, virando sua cabeça a toda hora. Essa ação se repetiu com muitas outras crianças. Todos os pais sem exceções, os forçaram a seguir andando.
Nos 45 minutos que o músico tocou apenas seis pessoas pararam e ficaram lá por um tempo. Aproximadamente 20 o deram dinheiro, mas continuaram a andar normalmente. Ele recebeu no final $32 dólares.
Quando acabou de tocar, ninguém percebeu, aplaudiu, tampouco houve algum reconhecimento.
Ninguém sabia disso, mas o violinista era Joshua Bell, um dos mais talentosos músicos do mundo. Ele acabara de tocar umas das peças mais difíceis já compostas, em um violino que valia $3,5 milhões de dólares.
Dois dias antes de ele tocar no metrô, Joshua Bell esgotou os ingressos em um teatro de Boston onde cada poltrona era aproximadamente $100.
Esta é uma história real. Joshua Bell tocou incógnito na estação de metrô, que foi organizado pelo Washington Post como parte de um experimento social sobre percepção, gosto e prioridade das pessoas. O cabeçalho era: Em um ambiente comum em uma hora inapropriada: NÓS PERCEBEMOS A BELEZA? NÓS PARAMOS PARA APRECIÁ-LA? NÓS RECONHECEMOS TALENTO EM UM ONTEXTO INESPERADO?.
Uma das possíveis conclusões desse experimento poderia ser:
SE NÓS NÃO TEMOS TEMPO PARA PARAR E OUVIR UM DOS MELHORES MÚSICOS DO MUNDO TOCANDO ALGUMAS DAS MELHORES MÚSICAS JÁ COMPOSTAS, QUANTAS OUTRAS COISAS MAIS NÃO ESTAMOS PERDENDO? 

Enfrentando a morte e o Luto

Alguém escreveu que as pessoas que amamos podem ser arrancadas de nós muito rapidamente.
O que é o Luto? De acordo com a psicologia, é o processo de adaptação à perda. Quanto mais for o apego ao objeto ou a pessoa, maior será a dificuldade em lidar com essa perda. Nós vivemos o luto todos os dias, quando nós escolhemos entre ir em um lugar ou ficar, já estamos decidindo vivê-lo, pois de alguma forma estaremos perdendo alguma coisa.
Quando vivenciamos o luto pela perda de alguém é natural que sintamos tristeza, e que dure um tempo, (em média até 2 anos) após é indicado um acompanhamento psicológico (terapia da perda), permitindo a suavização do sofrimento. Os eventos mais estressantes da vida humana podem ser a perda de um filho e a viuvez. As pessoas reagem de acordo com sua história de vida, valores, crenças e fé. Talvez o padrão de luto mais comum seja aquele que tem três etapas:
1 – Choque e incredulidade. Esta primeira etapa pode durar várias semanas, especialmente depois de uma morte repentina e inesperada. Imediatamente após uma morte, os sobreviventes muitas vezes sentem-se perdidos e confusos. Reações físicas como: falta de fôlego, aperto no peito ou na garganta, náusea e uma sensação de vazio no abdômem são comuns. À medida que a perda é assimilada, o entorpecimento inicial dá lugar a sentimentos esmagadores de tristeza e choro frequente.
2 – Preocupação com a memória da pessoa morta. Nesta etapa que pode durar seis meses ou mais, o sobrevivente tenta se reconciliar com a morte mas ainda não consegue aceita-la. Os choros continuam, com frequência acompanhados de insônia, fadiga e perda de apetite.
3 – Resolução – A etapa final chega quando a pessoa enlutada renova seu interesse pelas atividades cotidianas. As lembranças da pessoa morta suscitam sentimentos de afeição misturados com tristeza, mais do que dor aguda e saudade. O fato é que diante do luto pelas separações dolorosas a ciência psicológica lança uma proposta:  TER EM MENTE QUE TUDO É TRANSITÓRIO. Se aceitamos a transitoriedade da vida, a resignificação será mais rápida e a ferida irá cicatrizando, ainda que não seja em definitivo, pois como dizia Freud  “Não se consegue vencer o luto, talvez porque seja verdadeiramente um amor inconsciente”, contudo a dor pode ser amenizada.Existem acontecimentos na vida que fogem ao nosso controle e não dependem só de nós como: a doença, a morte e alguns acidentes.
certa vez uma mãe foi até Buda com o filho morto nos braços, pedindo-lhe que lhe restituísse a vida. Ele disse que faria  desde que ela trouxesse alguns grãos de mostarda da casa onde ninguém tivesse morrido. Ela então parte na busca desses grãos, quando pergunta todos dizem que tinham os grãos de mostarda só que ali havia morrido o pai, em outra morrido a mãe, etc, voltando diz à Buda que encontrou os grãos mas que não havia encontrado nenhum lar onde a morte não havia visitado. Pensemos nisso!

domingo, 15 de julho de 2012

História de uma Mãe



História de uma Mãe

Foi em dezembro de 1944 que tudo começou.Caminhões chegaram no campo de concentração de Bergen-Belsen e despejaram 54 crianças. A mais velha tinha 14 anos e havia muitos bebês. No alojamento das mulheres, Luba Gercak dormia. Acordou sua vizinha de beliche e lhe perguntou: "está escutando?" É choro de criança." A outra lhe disse que voltasse a dormir. Ela devia estar sonhando.Todos conheciam a história de Luba. Ainda adolescente se casara com um marceneiro e tiveram um filho, Isaac. Quando veio a guerra, os nazistas lhe arrancaram dos braços o filho de três anos e o jogaram em um caminhão, junto com outras crianças e velhos. Todos inúteis para o trabalho e, portanto, com destino certo: a câmara de gás. Logo mais, ela pôde ver um outro caminhão arrastando o corpo, sem vida, do marido. No primeiro momento, desistira de viver. Depois a fé lhe visitou a alma e ela percebeu que Deus esperava muito mais dela. Então, passou a ser voluntária nas enfermarias.
Agora, Luba ouvia choro de crianças. Quem seriam? Abriu a porta do alojamento e viu meninos, meninas, bebês apinhados, em choro, no meio do campo. Separados de seus pais, se encontravam desnorteados e tinham fome e frio. Luba as trouxe para dentro. E porque protestassem as demais ocupantes do infecto alojamento, ela as repreendeu, dizendo: "vocês não são mães? Se fossem seus filhos, diriam para que eu os deixasse morrer de frio? Eles são filhos de alguém." Em verdade, o que suas companheiras temiam era a fúria dos soldados da SS. Luba agradeceu a Deus por ter lhe enviado aquelas crianças. O seu filho morrera, mas faria tudo para que aquelas crianças vivessem.
Foi até o oficial da SS no acampamento e lhe contou o que fizera. Pôs sua mão no braço dele e suplicou. Ele se deu conta que ela o tocara, o que era proibido, e lhe aplicou um soco em pleno rosto, fazendo-a cair. Ela se levantou, o lábio sangrando e falou: "sou mãe. Perdi meu filho em Auschwitz. Você tem idade para ser avô. Por que há de querer maltratar crianças e bebês?" "Fique com elas", foi a resposta seca do oficial. Mas ficar com elas não era suficiente. Era necessário alimentá-las.
Nos dias que se seguiram, todas as manhãs, ela ía ao depósito, à cozinha, à padaria, implorando, barganhando e roubando alimentos. Os meninos ficavam à janela e quando a viam chegar diziam uns aos outros: "lá vem irmã Luba. Ela traz comida pra nós!" À noite, ela cantava canções de ninar e as abraçava. Era a mãe que lhes faltava. As crianças, que falavam holandês, não entendiam as palavras de Luba, que era polonesa, mas compreendiam seu amor.Em 15 de abril de 1945, os tanques britânicos entraram no campo, vitoriosos e em seis idiomas passaram a rugir os alto-falantes: "estão livres! Livres!" Luba conseguira salvar 52 das 54 crianças que adotara como filhos do coração.
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Em abril de 1995, 50 anos após a libertação, cerca de 30 homens e mulheres se reuniram na prefeitura de Amsterdã para homenagear aquela mulher. Recebeu, em nome da rainha beatriz, a medalha de prata por serviços humanitários. No entanto, declarou que sua maior recompensa era estar com aqueles seus filhos que, com o apoio de Deus, conseguira salvar da sombra dos campos da morte

domingo, 3 de junho de 2012

TELEFONE AMIGO

Uma das mais belas histórias que já li e compartilho aqui no blog.
TELEFONE AMIGO

Quando eu era criança, meu pai comprou um dos primeiros telefones da
vizinhança. Lembro-me bem daquele velho aparelho preto, em forma de caixa,
bem polido, afixado à parede. O receptor brilhante pendia ao lado da caixa.
Eu ainda era muito pequeno para alcançar o telefone, mas costumava ouvir e
ver minha mãe enquanto ela o usava, e ficava fascinado com a cena!

Então, descobri que em algum lugar dentro daquele maravilhoso aparelho
existia uma pessoa maravilhosa - o nome dela era "informação, por favor" e
não havia coisa alguma que ela não soubesse. "Informação, por favor"
poderia fornecer o número de qualquer pessoa e até a hora certa.

Minha primeira experiência pessoal com esse "gênio da lâmpada" aconteceu num
dia em que minha mãe foi na casa de um vizinho. Divertindo-me bastante
mexendo nas coisas da caixa de ferramentas no porão, machuquei meu polegar
com um martelo.

A dor foi horrível, mas não parecia haver qualquer razão para chorar, porque
eu estava sozinho em casa e não tinha ninguém para me consolar. Eu comecei a
andar pelo porão, chupando meu dedão que pulsava de dor, chegando finalmente
à escada e subindo-a.

Então, lembrei-me: o telefone! Rapidamente peguei uma cadeira na sala de
visitas e usei-a para alcançar o telefone.
Desenganchei o receptor, segurei-o próximo ao ouvido como via minha mãe
fazer e disse:

"Informação, por favor!", com o bocal na altura de minha cabeça.

Alguns segundos depois, uma voz suave e bem clara falou ao meu ouvido:

"Informação."


Então, choramingando, eu disse:
"Eu machuquei o meu dedo..."

Agora que eu tinha platéia: as lágrimas começaram a rolar sobre o meu
rosto.

"Sua mãe não está em casa?", veio a pergunta.
"Ninguém está em casa a não ser eu", falei chorando.

"Você está sangrando?" Ela perguntou.
"Não." Eu respondi. "Eu machuquei o meu dedão com o martelo e está doendo
muito!"

Então a voz suave, do outro lado falou:

"Você pode ir até a geladeira?"

Eu disse que sim. Ela continuou, com muita calma:

"Então, pegue uma pedra de gelo e fique segurando firme sobre o dedo."

E a coisa funcionou! Depois do ocorrido, eu chamava "Informação, por favor"
pra qualquer coisa. Pedia ajuda nas tarefas de geografia da escola e ela me
dizia onde Filadélfia se localizava no mapa.Ajudava-me nas tarefas de
matemática. Ela me orientou sobre qual tipo de comida eu poderia dar ao
filhote de esquilo que peguei no parque para criar como bichinho de
estimação.

Houve também o dia em que Petey, nosso canário de estimação, morreu. Eu
chamei "Informação, por favor" e contei-lhe a triste estória. Ela ouviu
atentamente, então falou-me palavras de conforto que os adultos costumam
dizer para consolar uma criança.

Mas eu estava inconsolável naquele dia e perguntei-lhe:

"Por que é que os passarinhos cantam de maneira tão bela, dão tanta alegria
com sua beleza para tantas famílias e terminam suas vidas como um monte de
penas numa gaiola?"

Ela deve ter sentido minha profunda tristeza e preocupação pelo fato de
haver dito calmamente:

"Paul, lembre-se sempre de que existem outros mundos onde se pode cantar!"
Não sei porquê, mas me senti bem melhor.

Numa outra ocasião, eu estava ao telefone: "Informação, por favor".

"Informação," disse a já familiar e suave voz.

"Como se soletra a palavra consertar?" Perguntei.

Tudo isso aconteceu numa pequena cidade da costa oeste dos Estados Unidos.
Quando eu estava com nove anos, nos mudamos para Boston, na costa leste. Eu
senti muitas saudades de minha voz amiga!

"Informação, por favor" pertencia àquela caixa de madeira preta afixada na
parede de nossa outra casa; e eu nunca pensei em tentar a mesma experiência
com o novo telefone diferente que ficava sobre a mesa, na sala de nossa
nova casa. Mesmo já na adolescência, as lembranças daquelas conversas de
infância com aquela suave e atenciosa voz nunca saíram de minha cabeça.

Com certa freqüência, em momentos de dúvidas e perplexidade, eu me lembrava
daquele sentimento sereno de segurança que me era transmitido pela voz amiga
que gastou tanto tempo com um simples menininho.

Alguns anos mais tarde, quando eu viajava para a costa oeste a fim de
iniciar meus estudos universitários, o avião pousou em Seattle, região onde
eu morava quando criança, para que eu pegasse um outro e seguisse viagem. Eu
tinha cerca de meia hora até que o outro avião decolasse. Passei então uns
15 minutos ao telefone, conversando com minha irmã que na época estava
morando lá. Então, sem pensar no que estava exatamente fazendo, eu disquei
para a telefonista e disse:

"Informação, por favor".

De um modo milagroso, eu ouvi a suave e clara voz que eu tão bem conhecia!

"Informação."

Eu não havia planejado isso, mas ouvi a mim mesmo dizendo: "Você poderia me
dizer como se soletra a palavra consertar?"

Houve uma longa pausa. Então ouvi a tão suave e atenciosa voz responder:

"Espero que seu dedo já esteja bem sarado agora!"

Eu ri satisfeito e disse:

"Então, ainda é realmente você? Eu fico pensando se você tem a mínima idéia
do quanto você significou para mim durante todo aquele tempo de minha
infância!"

Ela disse:

"E eu fico imaginando se você sabe o quanto foram importantes para mim as
suas ligações!"

E continuou:

"Eu nunca tive filhos e ficava aguardando ansiosamente por suas ligações."

Então, eu disse pra ela que muito freqüentemente eu pensava nela durante
todos esses anos e perguntei-lhe se poderia telefonar para ela novamente
quando eu fosse visitar minha irmã.
"Por favor, telefone sim! É só chamar por Sally".

Três meses depois voltei a Seattle. Uma voz diferente atendeu:

"Informação".

Eu perguntei por Sally.

"Você é um amigo?" Ela perguntou.

"Sim, um velho amigo". Respondi.

Ela disse:

"Sinto muito em dizer-lhe isto, mas Sally esteve trabalhando só meio período
nos últimos anos porque estava adoentada. Ela morreu há um mês."

Antes que eu desligasse ela disse:

"Espere um pouco. Seu nome é Paul?"

"Sim" Respondi.

"Bem, Sally deixou uma mensagem para você. Ela deixou escrita caso você
ligasse. Deixe-me ler para você."

A mensagem dizia:

"Diga pra ele que eu ainda continuo dizendo que existem outros mundos onde
podemos cantar. Ele vai entender o que eu quero dizer".

Eu agradeci emocionado e muito tristemente desliguei o telefone. Sim, eu
sabia muito bem o que Sally queria dizer.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

A mulher de coragem

Dedico este post à linda mulher Helen Keller.


TRÊS DIAS PARA VERPor Helen Keller
O que você olharia se tivesse apenas três dias de visão?
Helen Keller (1880-1968), uma mulher extraordinária, cega, surda e muda desde bebê, nos chama a atenção para a apreciação de nossos sentidos, algo que normalmente não percebemos. Apenas de posse do sentido do tato e uma perseverança inigualável, sob a orientação de Anne Sullivan Macy, Keller pôde aprender a ler e escrever pelo método Braille, chegando mesmo a falar, por imitação das vibrações da garganta de sua preceptora, as quais captava com as pontas dos dedos. O esforço de sua mente em procurar se comunicar com o exterior teve como resultado o afloramento de uma inteligência excepcional, considerada a maior vitória individual da história da educação. Ela foi uma educadora, escritora e advogada de cegos. Tinha muita ambição e grande poder de realização. Ao lado de Sullivan, percorreu vários países do mundo promovendo campanhas para melhorar a situação dos deficientes visuais e auditivos. É considerada uma das grandes heroínas do mundo.  A Srta. Helen alterou nossa percepção do deficiente.
Várias vezes pensei que seria uma benção se todo ser humano, de repente, ficasse cego e surdo por alguns dias no principio da vida adulta. As trevas o fariam apreciar mais a visão e o silencio lhe ensinaria as alegrias do som.
De vez em quando testo meus amigos que enxergam para descobrir o que eles vêem. Há pouco tempo perguntei a uma amiga que voltava de um longo passeio pelo bosque o que ela observara. “Nada de especial”, foi à resposta.
Como é possível, pensei, caminhar durante uma hora pelos bosques e não ver nada digno de nota? Eu, que não posso ver, apenas pelo tacto encontro centenas de objetos que me interessam. Sinto a delicada simetria de uma folha. Passo as mãos pela casca lisa de uma bétula ou pelo tronco áspero de um pinheiro. Na primavera, toco os galhos das árvores na esperança de encontrar um botão, o primeiro sinal da natureza despertando após o sono do inverno. Por vezes, quando tenho muita sorte, pouso suavemente a mão numa arvorezinha e sinto o palpitar feliz de um pássaro cantando.
Às vezes meu coração anseia por ver tudo isso. Se consigo ter tanto prazer com um simples toque, quanta beleza poderia ser revelada pela visão! E imaginei o que mais gostaria de ver se pudesse enxergar, digamos por apenas três dias.
Eu dividiria esse período em três partes. No primeiro dia gostaria de ver as pessoas cuja bondade e companhias fizeram minha vida valer a pena. Não sei o que é olhar dentro do coração de um amigo pelas “janelas da alma”, os olhos. Só consigo “ver” as linhas de um rosto por meio das pontas dos dedos. Posso perceber o riso, a tristeza e muitas outras emoções. Conheço meus amigos pelo que toco em seus rostos.
Como deve ser mais fácil e muito mais satisfatório para você, que pode ver, perceber num instante as qualidades essenciais de outra pessoa ao observar as sutilezas de sua expressão, o tremor de um músculo, a agitação das mãos. Mas será que já lhe ocorreu usar a visão para perscrutar a natureza íntima de um amigo? Será que a maioria de vocês que enxergam não se limita a ver por alto as feições externas de uma fisionomia e se dar por satisfeita?
Por exemplo, você seria capaz de descrever com precisão o rosto de cinco bons amigos? Como experiência, perguntei a alguns maridos qual a exata cor dos olhos de suas mulheres e muitos deles confessaram, encabulados, que não sabiam.
Ah, tudo que eu veria se tivesse o dom da visão por apenas três dias!
O primeiro dia seria muito ocupado. Eu reuniria todos os meus amigos queridos e olharia seus rostos por muito tempo, imprimindo em minha mente as provas exteriores da beleza que existe dentro deles. Também fixaria os olhos no rosto de um bebê, para poder ter a visão da beleza ansiosa e inocente que precede a consciência individual dos conflitos que a vida apresenta. Gostaria de ver os livros que já foram lidos para mim e que me revelaram os meandros mais profundos da vida humana. E gostaria de olhar nos olhos fiéis e confiantes de meus cães, o pequeno scottie terrier e o vigoroso dinamarquês.
À tarde daria um longo passeio pela floresta, intoxicando meus olhos com belezas da natureza. E rezaria pela glória de um pôr-do-sol colorido. Creio que nessa noite não conseguiria dormir.
No dia seguinte eu me levantaria ao amanhecer para assistir ao empolgante milagre da noite se transformando em dia. Contemplaria assombrado o magnífico panorama de luz com que o Sol desperta a Terra adormecida.
Esse dia eu dedicaria a uma breve visão do mundo, passado e presente. Como gostaria de ver o desfile do progresso do homem, visitaria os museus. Ali meus olhos, veriam a história condensada da Terra -- os animais e as raças dos homens em seu ambiente natural; gigantescas carcaças de dinossauros e mastodontes que vagavam pelo planeta antes da chegada do homem, que, com sua baixa estatura e seu cérebro poderoso, dominaria o reino animal.
Minha parada seguinte seria o Museu de Artes. Conheço bem, pelas minhas mãos, os deuses e as deusas esculpidos da antiga terra do Nilo. Já senti pelo tacto as cópias dos frisos do Paternon e a beleza rítmica do ataque dos guerreiros atenienses. As feições nodosas e barbadas de Homero me são caras, pois também ele conheceu a cegueira.
Assim, nesse meu segundo dia, tentaria sondar a alma do homem por meio de sua arte. Veria então o que conheci pelo tacto. Mais maravilhoso ainda, todo o magnífico mundo da pintura me seria apresentado. Mas eu poderia ter apenas uma impressão superficial. Dizem os pintores que, para se apreciar a arte, real e profundamente, é preciso educar o olhar. É preciso, pela experiência, avaliar o mérito das linhas, da composição, da forma e da cor. Se eu tivesse a visão, ficaria muito feliz por me entregar a um estudo tão fascinante.
À noite de meu segundo dia seria passada no teatro ou no cinema. Como gostaria de ver a figura fascinante de Hamlet ou o tempestuoso Falstaff no colorido cenário elisabetano! Não posso desfrutar da beleza do movimento rítmico senão numa esfera restricta ao toque de minhas mãos. Só posso imaginar vagamente a graça de uma bailarina, como Pavlova, embora conheça algo do prazer do ritmo, pois muitas vezes sinto o compasso da música vibrando através do piso. Imagino que o movimento cadenciado seja um dos espetáculos mais agradáveis do mundo. Entendi algo sobre isso, deslizando os dedos pelas linhas de um mármore esculpido; se essa graça estática pode ser tão encantadora, deve ser mesmo muito mais forte a emoção de ver a graça em movimento.
Na manhã seguinte, ávida por conhecer novos deleites, novas revelações de beleza, mais uma vez receberia a aurora. Hoje, o terceiro dia, passarei no mundo do trabalho, nos ambientes dos homens que tratam do negócio da vida. A cidade é o meu destino.
Primeiro, paro numa esquina movimentada, apenas olhando para as pessoas, tentando, por sua aparência, entender algo sobre seu dia-a-dia. Vejo sorrisos e fico feliz. Vejo uma séria determinação e me orgulho. Vejo o sofrimento e me compadeço.
Caminhando pela 5ª Avenida, em Nova York, deixo meu olhar vagar, sem se fixar em nenhum objeto em especial, vendo apenas um caleidoscópio fervilhando de cores. Tenho certeza de que o colorido dos vestidos das mulheres movendo-se na multidão deve ser uma cena espetacular, da qual eu nunca me cansaria. Mas talvez, se pudesse enxergar, eu seria como a maioria das mulheres – interessadas demais na moda para dar atenção ao esplendor das cores em meio à massa.
Da 5ª Avenida dou um giro pela cidade – vou aos bairros pobres, às fábricas, aos parques onde as crianças brincam. Viajo pelo mundo visitando os bairros estrangeiros. E meus olhos estão sempre bem abertos tanto para as cenas de felicidade quanto para as de tristeza, de modo que eu possa descobrir como as pessoas vivem e trabalham, e compreendê-las melhor.
Meu terceiro dia de visão está chegando ao fim. Talvez haja muitas atividades a que devesse dedicar as poucas horas restantes, mas aço que na noite desse último dia vou voltar depressa a um teatro e ver uma peça cômica, para poder apreciar as implicações da comédia no espírito humano.
À meia-noite, uma escuridão permanente outra vez se cerraria sobre mim. Claro, nesses três curtos dias eu não teria visto tudo que queria ver. Só quando as trevas descessem de novo é que me daria conta do quanto eu deixei de apreciar.
Talvez este resumo não se adapte ao programa que você faria se soubesse que estava prestes a perder a visão. Nas sei que, se encarasse esse destino, usaria seus olhos como nunca usara antes. Tudo quanto visse lhe pareceria novo. Seus olhos tocariam e abraçariam cada objeto que surgisse em seu campo visual. Então, finalmente, você veria de verdade, e um novo mundo de beleza se abriria para você.
Eu, que sou cega, posso dar uma sugestão àqueles que vêem: usem seus olhos como se amanhã fossem perder a visão. E o mesmo se aplica aos outros sentidos. Ouça a música das vozes, o canto dos pássaros, os possantes acordes de uma orquestra, como se amanhã fossem ficar surdos. Toquem cada objeto como se amanhã perdessem o tacto. Sintam o perfume das flores, saboreiem cada bocado, como se amanhã não mais sentissem aromas nem gostos. Usem ao máximo todos os sentidos; goze de todas as facetas do prazer e da beleza que o mundo lhes revela pelos vários meios de contacto fornecidos pela natureza. Mas, de todos os sentidos, estou certa de que a visão deve ser o mais delicioso.